
Joaquim Cruz, ouro em Los Angeles |
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Bragança Paulista – O Campeonato Mundial de Atletismo completa 40 anos. A primeira edição foi disputada em 1983, em Helsinque, na Finlândia, novidade implantada pela então Federação Internacional de Atletismo Amador, hoje World Athletics. Nesta quarta-feira (9/8) comemora-se também a primeira medalha brasileira num Mundial de Atletismo, conquistada por Joaquim Cruz, aos 20 anos, bronze nos 800 m. Uma história incrível contada pelo brasileiro que se culpou pela estratégia escolhida para a prova, mas aprendeu a correr na frente, aprendizado que se traduziu no ouro olímpico no ano seguinte.
O Campeonato foi disputado no Estádio Olímpico de Helsinque, o mesmo que recebeu a Olimpíada de 1952, que consagrou a primeira medalha de ouro brasileira no atletismo com Adhemar Ferreira da Silva, no salto triplo. História registrada com o nome do brasileiro escrito num mural dentro do estádio.
O 1º Mundial teve a participação de 1.355 atletas de 153 países. Joaquim completou a final da prova em 1:44.27. O alemão Willi Wulbeck garantiu o ouro, com 1:43.65, seguido do holandês Rob Druppers, com 1:44.20. O também brasileiro Agberto Guimarães acabou na sexta colocação com 1:45.46.
Agora, em 2023, o Mundial será disputado na cidade de Budapeste, na Hungria, de 19 a 27 de agosto, no novíssimo Centro Nacional de Atletismo, construído na margem leste do rio Danúbio, no lado sul da cidade, com capacidade inicial para 35.000 pessoas (depois será reduzida para 15 mil). São esperados mais de 2.000 atletas de mais de 200 países.
“Em Helsinque, o momento foi de aprendizado. Foi a competição mais importante antes da minha conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984”, que completou 39 anos neste domingo (6/8). “Cometi erros gravíssimos. A tática era correr na frente o tempo todo, mas passei a noite acordado, correndo, sem descansar, e esse foi o primeiro erro”, lembrou Cruz. “O segundo erro era não ter uma segunda opção senão liderar. Não aproveitei quando o britânico Peter Elliott me ultrapassou nos 300 m, ele poderia ter sido meu coelho. Acabei perdendo a prova e realmente aprendi muito.”
Além de Joaquim, os brasileiros João Batista Eugênio, nos 200 m, Gerson Andrade Souza, nos 400 m, Agberto Guimarães, nos 800 m, e Thomaz Hintnaus no salto com vara foram finalistas naquela edição, há 40 anos.
Memórias - “Nunca falei sobre a tática dessa corrida com o meu treinador Luiz Alberto de Oliveira, sobre esse erro. Nunca falei até a morte dele em 2021. Fui até chamado de burro por um empresário italiano (rs). Fizemos um plano e tentei executar. Enfim o ano de 1983 foi muito importante. Entrei na universidade nos Estados Unidos, consegui competir no mundo universitário. Competi bastante e ganhei provas com bons resultados. Em Houston, no Texas, corri 1:44.91”, lembrou. “Voltei para o País para disputar o Troféu Brasil, em São Paulo, e perdi os 800 m para o Zequinha Barbosa. Fui para a Europa na sequência e aprendi a correr na frente.”
Depois do Mundial de Helsinque, muito cansado e voltando de uma cirurgia no pé esquerdo, desistiu dos meetings de Zurique e Berlim. Desistiu de ir também aos Jogos Pan-Americanos de Caracas, na Venezuela. “Decidi descansar de três a quatro semanas, mas precisei de seis. Estava com um pouco de dor no pé operado”, disse. “Foi bom porque o Agberto Guimarães, meu companheiro de treino, acabou vencendo os 800 m e os 1.500 m em Caracas”, completou, rindo.
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