Bragança Paulista - Joaquim Carvalho Cruz, campeão olímpico em Los Angeles-1984 e vice-campeão em Seul-1988, nos 800 m, completa 60 anos neste domingo (12/3) e recebe homenagens da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e de toda a comunidade atlética nacional. Grande ídolo do esporte tanto nas pistas como fora das pistas, o brasiliense é uma referência para milhares de atletas no Brasil e do Exterior.

Joaquim é um exemplo e é chamado de ídolo de todos os ídolos do atletismo. “Deixei de contar os meus anos cronológicos desde quando uma equipe de cientistas japoneses fez uma visita ao Centro de Treinamento dos Estados Unidos, em Chula Vista, na Califórnia, onde trabalho, em 2014. Eles testaram a minha idade biológica e concluíram que o meu corpo se encontrava de 13 a 15 anos mais jovem do que era”, lembrou o ex-corredor, que trabalha como treinador do Comitê Olímpico e Paralímpicos dos Estados Unidos há 17 anos.

“Aos 60 anos, a alma do menino Joaquim ainda prevalece. Ainda prefiro usar calção no trabalho, prático atividade física diariamente, curto preparar as minhas refeições e nunca deixei de ser caseiro durante as noites”, disse o ganhador também da medalha de bronze no Mundial de Helsinque-1993. “Aqui, em San Diego, só sinto saudade de uma boa novela.”

Joaquim Cruz, conhecido como Juca pelos amigos, participou de três Olimpíadas como atleta (Los Angeles-1984, Seul-1988 e Atlanta-1996). Duas como treinador de atletas olímpicos e em quatro Paralimpíadas. “Estou me preparando para a quinta em Paris-2024", disse Joaquim. 

Considera como uma conquista profissional o convite para ser Chefe de Equipe do Brasil, no Mundial de Eugene, Oregon, em 2022. "Você acha que já conquistou tudo na vida como profissional do esporte de alto rendimento. Daí vai chefiar a equipe brasileira no Mundial de Oregon-2022, na cidade de Eugene, onde estudei, me descobri como ser humano e construí a minha carreira profissional. Foi uma homenagem inicialmente completamente impossível de se concretizar, pois achei que o Comitê Norte-Americano jamais iria me liberar. Mas os americanos conseguiram transformar em oportunidade, numa chance única para os programas Paralímpicos do país e do Brasil. Voltar a Eugene e trabalhar juntos com os treinadores, atletas e membros da delegação brasileira foi uma experiência extraordinária. Uma honra de todas as horas.”

Joaquim foi morar nos Estados Unidos em 1981. “Me mudei de Provo, em Utah, depois para Eugene, no Oregon, para estudar, treinar e competir. Foi lá que descobri o meu verdadeiro potencial para o atletismo. A cidade respira, fala sobre o atletismo o tempo inteiro e é considerada a capital da modalidade nos Estados Unidos. É um lugar muito especial, cidade de muita energia, uma coisa extraordinária.”

O brasiliense de Taguatinga (DF), nascido no dia 12 de março de 1963, treinou no estádio da Universidade do Oregon por um bom tempo. “Fui bem em várias competições lá, é uma coisa do outro mundo. Só atleta que competiu lá entende o que estou dizendo”, afirmou.

De origem humilde (seus pais migraram do Piauí para a nova capital da República), entrou para a história ao conquistar o ouro nos 800 m na Olimpíada de Los Angeles-1984, aos 21 anos, no Memorial Coliseum, no dia 6 de agosto, com 1:43.00, recorde olímpico, que iria vigorar por 12 anos.

Além das medalhas olímpicas, Joaquim é bicampeão pan-americano nos 1.500 m (Indianápolis-1987 e Mar del Plata-1995), e a marca de 1:41.77 nos 800 m, obtida no Meeting de Colônia, da Alemanha, em 1984, que é até hoje os recordes brasileiro e sul-americano.

“Joaquim para mim é o ídolo de todos os ídolos - é uma referência e exemplo não só nas pistas, mas fora das pistas”, disse o presidente do Conselho de Administração da CBAt, Wlamir Motta Campos. “A palavra que melhor define o Joaquim é a humildade. Ele inspira e motiva. E penso que não só pra mim. Ele faz parte da história da minha vida. Com 14 anos, saí de ônibus de Londrina para ver o Joaquim num GP de Atletismo no Ibirapuera, em São Paulo. E hoje é uma alegria enorme compartilhar de sua amizade.”

Wlamir lembra que o campeão olímpico chega aos 60 anos com a maturidade de um menino, segue com sorriso no rosto, sempre disposto a ajudar, colaborar e contribuir para o desenvolvimento do atletismo brasileiro. “Ele é referência máxima da pedagogia do exemplo. Acho que a vida e a jornada do Joaquim nos ensinam a superação e a ser seres humanos melhores”, completou.

A Prevent Senior NewOn é patrocinadora do atletismo brasileiro oferecendo medicina esportiva de precisão e estilo de vida para os que se ligam no esporte e apoio às competições.

As Loterias Caixa são a patrocinadora máster do atletismo brasileiro.