Bragança Paulista - O Dia dos Povos Indígenas é celebrado no Brasil no dia 19 de abril. No atletismo, a data também merece ser comemorada e recebe homenagem da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) porque representantes de várias etnias têm feito parte das delegações nacionais em competições internacionais. O "Dia do Índio" foi criado pelo presidente Getúlio Vargas, por meio Decreto-Lei 5.540 de 1943.

A pernambucana Mirelle Leite da Silva, da etnia Xukuru, é o maior exemplo. Atleta da AAPD-PE, ela já integrou diversas delegações internacionais do atletismo, tendo conquistado duas medalhas de ouro em Campeonatos Sul-Americanos Sub-23 nos 3.000 m com obstáculos, entre outras. Nascida na cidade de Pesqueira, no dia 11 de março de 2002, ela deixou a aldeia em consequência de um conflito na tribo, que causou uma divisão, levando uma parte à expulsão da reserva. Ela teve o pai assassinado e, como a mais velha de uma família de nove irmãos, assumiu a responsabilidade de cuidar dos mais novos, enquanto sua mãe trabalhava de diarista para levar alimento para casa.

“Comecei a praticar o atletismo quando eu tinha 12 anos. Vi que algumas meninas ganhavam algum dinheiro nas corridas e então decidi participar também. Em pouco tempo eu já demonstrava qualidades, vencendo alguns Campeonatos Pernambucanos e Jogos Escolares regionais. Passei por momentos bem difíceis, como na gravidez de meu filho, mas nunca deixei de acreditar em mim e de pensar em voltar a competir”, contou Mirelle.

No lançamento do dardo, nas categorias de base, Yuri Moreira Benites, participa de provas do lançamento do dardo, sempre com destaque. Da etnia Guarani/Kaiowá, de Amambaí, Mato Grosso do Sul, acaba de ser convocado para o Campeonato Sul-Americano Sub-20, que será realizado de 19 a 21 de maio, em Bogotá, na Colômbia. Ele é treinado pelo também indígena Miller Borvão Samório, o primeiro a integrar uma comissão técnica de uma seleção, fazendo história.

Yuri, nascido no dia 7 de maio de 2005, é acostumado ao pódio. Ganhou a prata este ano no Brasileiro Loterias Caixa Sub-20, no dia 9 de abril, em Bragança Paulista, com 58,01 m; ganhou ouro no ano passado no Brasileiro Sub-18, com 71,18 m, e no Sul-Americano Sub-18 de Lima de 2022 terminou em quarto lugar, com 58,24 m.

Miller Borvão Samório, que foi convocado para o Sul-Americano Sub-18 de 2022, em São Paulo, tem um importante polo de treinamento de atletismo na Associação de Pais e Professores da Aldeia Amambaí, que concilia esporte e educação.

Outro indígena que se destaca no atletismo é Manuel Tsiwaro, da equipe do Barra do Garças-MT. Ele foi campeão da Copa Brasil Loterias Caixa na categoria sub-18, em dezembro de 2022, em Bragança Paulista (SP). Da etnia Xavante, da reserva Sangradou, na aldeia Três Lagoas, ele nasceu no dia 16 de março de 2006, na cidade de General Carneiro (MT). Ainda não fala português, mas mesmo assim tem mostrado nas competições que é uma promessa. “Ele está muito bem e vai evoluir”, comentou o treinador Sivirino Souza dos Santos. “Ele treina aqui na Vila Olímpica de Barra do Garças há três anos e é um potencial.”

Manuel Tsiwaro conquistou a medalha de ouro da Copa Brasil Loterias Caixa de Cross Country no dia 11 de dezembro de 2022, na cidade de Bragança Paulista (SP), completando o percurso de 6 km em 24:33. No Sul-Americano disputado na cidade mineira de Poços de Caldas, ele terminou na quarta colocação aos 16 anos no dia 22 de janeiro. No ano passado, em Serra (ES) levou o bronze no Sul-Americano Sub-18, com 22.17, também nos 6 km.

“São histórias fantásticas de inclusão e de mostrar que o esporte é para todos. A convocação do Miller Borvão no ano passado como treinador da seleção brasileira marcou um importante feito do atletismo brasileiro”, comentou Wlamir Motta Campos, presidente do Conselho de Administração da CBAt.

A Prevent Senior NewOn é patrocinadora do atletismo brasileiro oferecendo medicina esportiva de precisão e estilo de vida para os que se ligam no esporte e apoio às competições.

As Loterias Caixa são a patrocinadora máster do atletismo brasileiro.